Brasileiros relatam perda de poder de compra mesmo com sinais de melhora na economia
- acessogestaocontab
- 4 de jun.
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Ainda que os indicadores macroeconômicos tenham apresentado evolução positiva neste início de 2025 – com PIB estimado em alta, inflação em desaceleração e geração de emprego formal –, pesquisas recentes apontam que a maioria da população continua sentindo queda no poder de compra. A defasagem entre a percepção dos consumidores e as estatísticas oficiais tem gerado preocupações entre empresários e gestores, que questionam de que forma equilibrar custos, preços e demanda em um cenário de inflação ainda presente no dia a dia das famílias.
O que mostram as pesquisas?
Percepção de alta de preços• Em levantamentos realizados em maio de 2025, cerca de 68 % dos entrevistados afirmaram que a renda familiar não é suficiente para cobrir gastos mensais, mesmo após a desaceleração do IPCA. (Fontes: InfoMoney e levantamento interno de mercado.)• Commodities como alimentos, combustíveis e tarifas de serviços públicos anotam inflação acumulada acima de 8 % nos últimos 12 meses, superando a média geral de 5 %.
Efeito nas decisões de consumo• Em abril, 71 % das famílias pesquisadas relataram ter protelado a compra de bens duráveis (eletrodomésticos, móveis) e serviços não essenciais (viagens, lazer).• O crédito para pessoas físicas permanece elevado, com as taxas de cartão de crédito ultrapassando 200 % ao ano em média, restringindo o acesso à rolagem de dívidas.
Descompasso entre dados oficiais e percepção• Embora o PIB tenha registrado alta de 1,1 % no primeiro trimestre de 2025 e a taxa de desemprego caído para 7,5 %, segmentos de renda média e baixa continuam reportando dificuldades de liquidar boletos em dia.• Pesquisa do Instituto DataConsumo de maio/25 indicou que 82 % dos entrevistados consideram que “a inflação ainda está muito alta”, mesmo com o IPCA em 5,1 % ao ano.
Impactos para empresas e empreendedores
Margens de lucro comprimidas• Com os custos de insumos e logística subindo (petróleo, energia elétrica, transporte), muitas empresas têm repassado apenas parcialmente a alta ao consumidor final, para não perder participação de mercado – gesto que resulta em erosão de margem.• Indicadores de margem de contribuição apresentam variação negativa de até 5 p.p. em setores como varejo de alimentos e vestuário.
Ajuste periódico de preços• É essencial revisar tabelas de preços com frequência (ao menos mensalmente), monitorando índices de correção de contratos de aluguel, fornecedores de matéria-prima e serviços terceirizados.• A Gestão Contábil recomenda manter um índice reserva na fórmula de reajustes de preços (por exemplo, 0,5 % a 1 % acima da inflação projetada) para garantir menores surpresas no fluxo de caixa.
Planejamento de estoques e compras• Em ambiente de volatilidade nos preços de commodities, contratos de fornecimento atrelados a preços fixos ou a condições semestrais podem reduzir incertezas.• Avaliar compras conjuntas ou cooperativas de MPEs para nivelar preços de aquisição e diluir custos de frete.
Gestão de pessoas e benefícios• Pesquisas apontam que a insatisfação salarial é um dos principais fatores de rotatividade: considerar pacotes de benefícios atrelados a índices inflacionários (vale-alimentação, vale-refeição, cesta básica) ajuda na retenção de talentos.• Programas de participação nos resultados (PPR) atrelados a metas realistas de lucratividade podem compensar, em parte, a sensação de perda de poder aquisitivo.
O que fazer na prática?
Revisar projeções de fluxo de caixa levando em conta cenários de alta de custos, identificando pontos de pressão (energia, frete, mão de obra).
Aprimorar controles interno-externos, como curva ABC no gerenciamento de estoque, para ajustar mix de produtos conforme demanda e preços de mercado.
Negociar prazos e condições com fornecedores sempre que possível; em segmentos críticos (alimentos, bebidas), contratos semestrais ou anuais com preços predeterminados podem reduzir surpresas.
Mapear custos indiretos (juros de antecipação de recebíveis, tarifas bancárias) que afetam a margem líquida e renegociá-los quando viável.
Investir em otimização de processos para reduzir desperdícios e elevar produtividade por colaborador, aliviando pressões de custo.
Conclusão
Mesmo com sinais de recuperação econômica, a sensação de perda de poder de compra segue alta entre a população. Para manter a competitividade, as empresas precisam alinhar:
Ajustes estratégicos de preços e margens;
Planejamento de compras e estoques condizente com cenário inflacionário;
Políticas de salário e benefícios que reflitam a realidade do trabalhador.
A Gestão Contábil está à disposição para ajudar sua empresa a modelar cenários e implementar controles que protejam sua rentabilidade em um ambiente de inflação ainda latente. Entre em contato com nosso time para um diagnóstico personalizado.
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